Fonte da imagem:https://pixabay.com/pt/pequenas-casas-estrada-de-pedra-1149379/
O menino trabalhava duro o dia todo, no campo, no estábulo e no galpão, pois seus pais eram fazendeiros pobres e não podiam pagar um ajudante. Mas quando o sol se punha, seu pai deixava àquela hora só pra ele.
O menino subia para o alto de um morro e ficava olhando para
o outro morro, alguns quilômetros ao longe. Nesse morro distante, via uma casa
com janelas de ouro brilhante e diamantes.
As janelas brilhavam e reluziam tanto que ele piscava. Mas,
pouco depois, as pessoas da casa fechavam as janelas por fora, ao que parecia,
e então a casa ficava igual a qualquer casa comum de fazenda.
O menino achava que faziam isso por ser hora do jantar;
então voltava para casa, jantava seu pão com leite e ia se deitar.
Um dia, o pai do menino chamou-o e disse:
- Você tem sido um bom menino e ganhou um feriado. Tire esse
dia para você, mas lembre-se de que Deus o deu, e tente usar para aprender
alguma coisa boa.
O menino agradeceu ao pai e beijou a mãe.
Guardou um pedaço de pão no bolso e partiu para encontrar a
casa de janelas douradas.
Foi uma caminhada agradável. Os pés descalços deixavam
marcas na poeira branca e, quando olhava para trás, parecia que as pegadas o
estavam seguindo e fazendo companhia. A sombra também seguia ao seu lado,
dançando e correndo como ele desejasse: estava muito divertido.
O tempo foi passando e ele ficou com fome. Sentou- se à
beira de um riacho que corria atrás da cerca de amoeiro e comeu seu almoço,
bebendo a água clara. Depois jogou os farelos para os passarinhos, como sua mãe
ensinara, seguindo em frente.
Passando um longo tempo, chegou ao morro verde e alto.
Quando subiu ao topo, lá estava a casa. Mas parecia que haviam fechado as
janelas, pois ele não viu nada dourado. Chegou mais perto e aí quase chorou,
porque as janelas eram de vidro comum, iguais a qualquer outra, sem nada de
ouro nelas.
Uma mulher chegou à porta e olhou carinhosamente para o
menino, perguntando o que ele queria.
- Eu vi as janelas de ouro lá do nosso morro - disse ele - e
vim para vê-las, mas agora elas são só de vidro!
A mulher balançou a cabeça e riu.
- Nós somos pobres fazendeiros - disse - , e não iríamos ter
janelas de ouro. E o vidro é muito melhor para se ver através!
Fez o menino sentar-se no largo degrau de pedra e lhe trouxe
um copo de leite e um pedaço de bolo, dizendo que descansasse. Então chamou a
filha, da idade do menino; acenou carinhosamente com a cabeça, para os dois e
voltou aos seus afazeres.
A menininha estava descalça como ele e usava um vestido de
algodão marrom, mas os cabelos eram dourados como as janelas que ele tinha
visto e os olhos eram azuis como o céu ao meio-dia. Ela passeou com o menino
pela fazenda e mostrou a ele seu bezerro preto com uma estrela branca na testa;
ele contou do seu próprio bezerro em casa, que era castanho-avermelhado com as
quatro patas brancas.
Depois, quando já haviam comido uma maçã juntos, e assim se
tornado amigos, ele perguntou a ela sobre as janelas douradas. A menina
confirmou, dizendo que sabia tudo sobre elas, mas que ele havia errado de casa.
- Você veio na direção completamente errada! - disse ela. -
Venha comigo, vou mostrar a casa de janelas douradas e você vai conferir onde
fica.
Foram para um outeiro que se erguia atrás da casa, e, no
caminho, a menina contou que as janelas de ouro só podiam ser vistas a uma
certa hora, perto do pôr- do- sol.
- É isso mesmo, eu sei! - disse o menino.
No cimo do outeiro, a menina virou- se e apontou: lá longe,
num morro distante, havia uma casa com janelas de ouro brilhante e diamantes,
exatamente como ele havia visto. E quando olhou bem, o menino viu que era sua
própria casa!
Logo, disse à menina que precisava ir. Deu a ela sua melhor
pedrinha, a branca com listra vermelha, que levava há um ano no bolso. Ela lhe
deu três castanhas- da- índia: uma vermelha acetinada, outra pintada e outra
branca como leite. Ele deu- lhe um beijo e prometeu voltar, mas não contou o
que descobrira. Desceu o morro, enquanto a menina o olhava na luz do poente.
O caminho de volta era longo e já estava escuro quando
chegou à casa dos pais. Mas o lampião e a lareira luziam através das janelas,
tornando- as quase tão brilhantes como as vira do outeiro.
Quando abriu a porta, sua mãe veio beijá-lo, e a irmãzinha
correu para abraçá-lo pelo pescoço, sentado perto da lareira, seu pai levantou
os olhos e sorriu.
- Teve um bom dia? - perguntou a mãe.
- Sim! - o menino havia passado um dia ótimo.
- E aprendeu alguma coisa? - perguntou o pai.
- Sim! - disse o menino. - Aprendi que nossa casa tem
janelas de ouro e diamantes...
Autor desconhecido.
Moral da história:
a verdadeira riqueza está na família que
nos completa e ajuda na nossa formação com amor e bons exemplos.
Cuidado com a falsa impressão de que a vida dos outros é
melhor que a sua. Cada um tem a família ideal para a sua evolução.
Um comentário:
Linda história e sua lição! Valeu ler! bjs, chica
Postar um comentário