quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O pequeno príncipe e o carneiro. Novas descobertas...

Vivi, portanto só, sem amigo com quem pudesse realmente conversar, até o dia, cerca de seis anos atrás, em que tive uma pane no deserto do Saara. Alguma coisa se quebrara no motor. E como não tinha comigo mecânico ou passageiro, preparei-me para empreender sozinho o difícil conserto. Era, para mim, questão de vida ou de morte. Só dava para oito dias a água que eu tinha.
Na primeira noite adormeci, pois sobre a areia, a milhas e milhas de qualquer terra habitada. Estava mais isolado que o náufrago numa tábua, perdido no meio do mar. Imaginem então a minha surpresa, quando, ao despertar do dia, uma vozinha estranha me acordou. Dizia:
- Por favor... desenha-me um carneiro!
- Hem!
- Desenha-me um carneiro...
Pus-me de pé, como atingido por um raio. Esfreguei os olhos. Olhei bem. E vi um pedacinho de gente inteiramente extraordinário, que me considerava com gravidade. Eis o melhor retrato que, mais tarde, consegui fazer dele.
Meu desenho é, seguramente, muito menos sedutor que o modelo. Não tenho culpa. Fora desencorajado, aos seis anos, da minha carreira de pintor, e só aprendera a desenhar jiboias abertas e fechadas.
Olhava, pois essa aparição com olhos redondos de espanto. Não esqueçam que eu me achava a mil milhas de qualquer terra habitada. Ora, o meu homenzinho não me parecia nem perdido, nem morto de fadiga, nem morto de fome, de sede ou de medo. Não tinha absolutamente a aparência de uma criança perdida no deserto, a mil milhas da região habitada. Quando pude enfim articular palavra, perguntei-lhe:
- Mas... que fazes aqui?
E ele repetiu-me então, brandamente, como uma coisa muito séria:
- Por favor... desenha-me um carneiro...
Quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer. Por mais absurdo que aquilo me parecesse a mil milhas de todos os lugares habitados e em perigo de morte, tirei do bolso uma folha de papel e uma caneta. Mas lembrei-me, então, que eu havia estudado de preferência geografia, história, cálculo e gramática, e disse ao garoto (com um pouco de mau humor) que eu não sabia desenhar. Respondeu-me:
- Não tem importância. Desenha-me um carneiro.
Como jamais houvesse desenhado um carneiro, refiz para ele um dos dois únicos desenhos que sabia. O da jiboia fechada. E fiquei estupefato de ouvir o garoto replicar:
- Não! Não! Eu não quero um elefante numa jiboia. A jiboia é perigosa e o elefante toma muito espaço. Tudo é pequeno onde eu moro. Preciso é dum carneiro. Desenha-me um carneiro.
Então eu desenhei.
Olhou atentamente, e disse:
- Não! Esse já está muito doente. Desenha outro.
Desenhei de novo.
Meu amigo sorriu com indulgência:
- Bem vês que isto não é um carneiro. É um bode... Olha os chifres...
Fiz mais uma vez o desenho.
Mas ele foi recusado como os precedentes:
- Este aí é muito velho. Quero um carneiro que viva muito.
Então, perdendo a paciência, como tinha pressa de desmontar o motor, rabisquei o desenho ao lado.
E arrisquei:
- Esta é a caixa. O carneiro está dentro.
Mas fiquei surpreso de ver iluminar-se a face do meu pequeno juiz:
- Era assim mesmo que eu queria! Será preciso muito capim para esse carneiro?
- Por quê?
- Porque é muito pequeno onde eu moro...
- Qualquer coisa chega. Eu te dei um carneirinho de nada!
Inclinou a cabeça sobre o desenho:
- Não é tão pequeno assim... Olha! Adormeceu...
E foi desse modo que eu travei conhecimento, um dia, com o pequeno príncipe.




É muito difícil para um adulto entender a linguagem infantil.
Crianças têm mais imaginação, ainda não foram contaminadas pelas regras e convenções que paralisam os adultos.
No mundo do Pequeno Príncipe,uma rosa e um carneiro dentro de uma caixa assumem uma importância fundamental.
Ainda assim ele não considera suficiente e ele sai para conhecer outros mundos, outras pessoas.
E aprender nessa experiência. O Pequeno Príncipe tem sede de saber.
Saber este que ele encontra saindo do seu mundo, conhecendo outros mundos.

Perguntas:

Você acha que só pode aprender sobre outros mundos e outras pessoas no computador?

Será que caminhando no seu bairro e fazendo novos amigos você não consegue descobrir novas maneiras de viver?

O Pequeno Príncipe inicia uma viagem pelo espaço e conhece vários planetas, sendo que o último é o planeta terra
.
Todas as vivências do personagem são ricas em exemplos e lições de vida.

Na sua viagem, ele conhece os seguintes planetas:

Planeta habitado por um Rei

Planeta habitado por um vaidoso

Planeta habitado pelo empresário

Planeta habitado pelo acendedor de lampiões

Planeta habitado pelo geógrafo.  

Convidar as crianças a fazer a viagem junto com o personagem. Dizer que cada planeta tem suas características e que podem aprender assim como o Pequeno Príncipe aprendeu.

Desenho:

Faça um desenho da parte da história de hoje que você mais gostou.
Não criticar ou interferir no desenho da criança, lembre-se como já falei aqui, muitas carreiras podem ser interrompidas com o julgamento inadequado de um adulto. O desenho deve ser livre ainda que não faça sentido para você.


O vídeo abaixo é para os educadores, contudo dependendo da idade pode ser mostrado para as crianças.




Um comentário:

Bell disse...

Eu gosto muito do Pequeno Príncipe.

bjokas =)