Fonte da imagem:Rumpelstiltskin Ilustração de Walter Crane para uma tradução dos Contos de Grimm (1886)
Havia uma
vez um moleiro pobre que tinha uma filha muito bela. Um dia aconteceu de ter
que ir falar com o rei e, para parecer mais importante, disse:
- Tenho uma filha
que pode fiar a palha e convertê-la em ouro.
- Essa é uma habilidade que me
impressiona – disse o rei ao moleiro – se tua filha é tão hábil como dizes,
traga-a amanhã ao meu palácio e vamos ver isso. Quando trouxeram a garota, o
rei a levou para um quarto cheio de palha, deu-lhe uma roca e uma bobina e
disse:
- Trabalha e, se amanhã pela manhã não tiveres convertido toda essa palha
em ouro, durante a noite, morrerás. Então ele mesmo fechou a porta à chave e a
deixou só. A filha do moleiro e sentou sem poder fazer nada para salvar sua
vida. Não tinha a menor ideia de como fiar a palha e convertê-la em ouro, e se
assustava cada vez mais, até que por fim começou a chorar. Porém, de repente a
porta se abriu e entrou um homenzinho:
- Boa tarde, senhorita moleira, por que
estás chorando tanto?
- Ai de mim – disse a garota – tenho que fiar essa palha e
convertê-la em ouro, porém não sei como fazê-lo.
- O que me dás – disse o
homenzinho – se fizer isso por ti?
- Meu colar, disse ela. O homenzinho pegou o
colar, sentou-se à roca e whirr, whirr, whirr três voltas e a bobina estava cheia.
Pôs outra e whirr, whirr, whirr três voltas e a segunda estava cheia também. E
seguiu assim até o amanhecer, quando toda palha estava fiada e todas as bobinas
cheias de ouro. Ao despertar o dia o rei já estava ali, e quando viu o ouro
ficou atônito e encantado, porém seu coração se tornou mais avarento. Levou a
filha do moleiro a outra sala, muito maior e cheia de palha e lhe ordenou que
fiasse anoite inteira, se apreciava a vida. A garota que não sabia o que fazer,
estava chorando quando a porta se abriu de novo. O homenzinho apareceu e
disse:- Que me darás se eu converter essa palha em ouro? - perguntou ele.
O anel que
levo em meu dedo – disse ela. O homenzinho apanhou o anel e começou outra vez a
girar a roca, e pela manhã havia fiado toda a palha e convertido em brilhante
ouro. O rei ficou felicíssimo quando viu aquilo. Porém como não tinha ouro
suficiente, levou afilha do moleiro a outra sala cheia de palha, muito maior
que a anterior, e disse:- Tens que fiar isso durante esta noite, se
conseguires, serás minha esposa. - “Apesar de ser a filha de um moleiro, “
pensou, “ não poderei encontrar esposa mais rica no mundo. “Quando a garota
ficou só, o homenzinho apareceu pela terceira vez, e disse:
- Que me darás se
fiar a palha desta vez?
- Não tenho mais nada para te dar – respondeu a garota.
-
Então me prometa, que se te tornares rainha, me darás teu primeiro filho.
-
“Quem sabe se isso ocorrerá alguma vez.“ pensou a filha do moleiro. E não
sabendo como sair daquela situação, prometeu ao homenzinho o que ele queria e
uma vez mais a palha foi convertida em ouro. Quando o rei chegou pela manhã, e
encontrou todo o ouro que havia desejado, casou-se com ela e a preciosa filha
do moleiro tornou-se rainha. Um ano depois, trouxe ao mundo um belo menino, e
em nenhum momento se lembrou do homenzinho. Porém, de repente, veio ao seu
quarto e lhe disse:
- Dá-me o que prometeste. A rainha estava horrorizada e lhe
ofereceu todas as riquezas do reino para deixar seu filho. Porém o homenzinho
disse:
- Não, algo vivo vale para mim mais que todos os tesouros do mundo. A
rainha começou a se lamentar e chorar tanto que o homenzinho se compadeceu
dela:
- Te darei três dias - disse – se descobrires meu nome, então ficarás com teu
filho. Então a rainha passou toda a noite pensando em todos os nomes que tinha ouvido,
e mandou um mensageiro a todos os cantos do reino para perguntar por todos os
nomes que havia. Quando o homenzinho chegou no dia seguinte, ela começou:
Gaspar, Melquior, Baltazar...
Disse um atrás do outro, todos os nomes que
sabia, porém a cada um o homenzinho dizia:
- Esse não é meu nome. No segundo dia
havia perguntado aos vizinhos seus nomes, e ela repetiu os mais curiosos e
pouco comuns:
- Seria teu nome Pata de Cordeiro ou Laço Largo?
Porém ele
disse:
- Esse não é meu nome. Ao terceiro dia o mensageiro voltou e disse:
- Não
encontrei nenhum nome. Porém, quando subia uma grande montanha ao final de um
bosque, onde a raposa e a lebre se desejam boas noites, ali vi um homenzinho
muito ridículo saltando...
Deu uma cabriola e gritou:
“Hoje trago o pão,
amanhã
trarei cerveja
no outro terei o filho da jovem rainha”.
Já estou contente de
que nada aconteça
que Rumpelstiltskin me chamo.
“Podeis imaginar o
contentamento da rainha quando escutou o nome”. E quando logo em seguida o
chegou o homenzinho e perguntou:
- Bem, jovem rainha, qual é meu nome? A rainha
primeiro disse:
- Te chamas Conrado?
- Não.
- Te chamas Harry?
- Não.
- Quem
sabe teu nome é... Rumpelstiltskin?
- Te contou o demônio! Te contou o demônio!
Gritou o homenzinho e, na sua raiva, bateu o pé direito na terra tão forte que
entrou toda a perna e quando tirou com raiva a perna, com as duas mãos se
partiu em dois.
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