domingo, 5 de fevereiro de 2017

Guaraná com canudinho.

Uma vaca entrou num bar

e pediu um guaraná.

O garçom, um gafanhoto,
tinha cara de biscoito.

Olhou de trás do balcão,
pensando na confusão.

Fala a vaca, decidida,
pronta pra comprar briga:

– E que esteja geladinho
pra eu beber de canudinho!

Na gravata borboleta,
gafanhoto fez careta.

Responde: vaca sem grana
se quiser vai comer grama.

– Ah, é?, muge a vaca matreira,
quem dá leite a vida inteira?

– Dou leite, queijo, coalhada,
reclamo, ninguém me paga.

Da gravata, a borboleta
sai voando, satisfeita.

Gafanhoto leva um susto,
acreditando, muito a custo.

E serve, bem rapidinho,

guaraná com canudinho.


CAPPARELLI, Sérgio. 
Fonte: Boi da cara preta.


Fonte:http://poesiaparacrianca.blogspot.com.br/


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O melhor e o pior. Texto sobre comunicação, a força das palavras.

O rei chamou um dos seus criados e disse-lhe:
— Vai por todas as cidades e aldeias do meu reino e traz-me a coisa melhor que encontrares.
Pouco tempo depois, o criado regressava com uma língua numa bandeja. E disse ao rei:
— Majestade, a língua é a melhor coisa. Com ela os crentes louvam a Deus, os namorados falam de amor, os educadores ensinam, os bons políticos fazem acordos de paz, os que fizeram o mal dizem palavras de perdão, os bondosos dizem palavras de amor.
Ao ouvir isto, o rei ficou com curiosidade para saber qual era a pior coisa que existia no reino. Disse então ao mesmo criado:
— Percorre de novo o meu reino e procura a coisa pior que encontrares.
Ele regressou rapidamente e, com grande surpresa do rei, trouxe de novo uma língua. O rei ficou surpreendido. Mas ele explicou:
— Majestade, a língua destrói o amor entre as pessoas, espalha mentiras, insulta, cria ódios, incita ao crime. O rei ficou contente por ter um criado tão sábio.

A língua, de fato, é a melhor coisa e a pior coisa. Sentimo-nos tristes quando a ouvimos a dizer mentiras, insultos e calúnias. Mas alegramo-nos sempre que a escutamos a pronunciar palavras de amor e de perdão.

Autor desconhecido.



Atividades:

Colorir e refletir:


Snoopy está bravo na imagem. 
Diga com suas palavras o motivo. 
Será que ouviu boas palavras ou palavras de rancor, más palavras. Escreva 5 palavras bonitas que deixam você feliz e 5 palavras más que você não gosta.
Prometa a si mesmo cuidar com o que a sua língua vai dizer daqui para a frente. 


Olhando para esse cachorrinho, você acha que ele te diria boas palavras?
Você acha que ele está feliz? Por quê?
Vale a pena cuidar dos seus sentimentos para ser uma pessoa melhor? Por quê?

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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

A Chuva do Elefante.

Imagem Google.

Em um escaldante deserto africano, onde a lua esquenta a noite como o sol esquenta o dia, moravam bichos de todos os tipos. Todos eram amigos, mas dois em especial: um passarinho amarelinho muito sabido e um elefante muito divertido, amigo leal. O passarinho era super tagarela, vivia piando suas histórias de viajante aventureiro. Certo dia encontrou um amigo, um grande amigo - grande mesmo - e bem pesado, o elefante. Só havia um probleminha, o pobre elefante vivia gripado, sempre resfriado, uma virose que nunca sarava. 
Já viu um elefante gripado? Já imaginou o que aquela tromba gigante é capaz de fazer quando espirra? Pois é!
Mas os dois amigos formavam uma dupla perfeita. O passarinho pousava no lombo do seu amigo, bem atrás de suas enormes orelhas. Lá piava suas histórias e se protegia dos espirros do amigo. O elefante que não fazia ideia do que havia no mundo além do deserto. Ficava encantado com todas as histórias de seu amigo. O passarinho lhe contava sobre a variedade de bichos, árvores, frutos, mares, rios e muitas outras coisas que existem pelo mundo a fora. Mas uma história chamou a atenção do elefante mais que todas as outras: Era sobre um lugar chamado floresta tropical, seu clima e chuvas que caiam do céu sem parar. O elefante fechou os olhos e sonhou com a chuva caindo no deserto, e era maravilhoso.
Então decidiu fazer seu sonho se tornar realidade e ir até a floresta tropical para trazer um pouco da chuva para o deserto. Chamou todos os bichos para anunciar sua decisão. Todos ficaram animados e fizeram uma festa de despedida. E, junto de seu amigo aventureiro, saiu pelo mundo à procura da tal floresta tropical. O passarinho voava e lhe mostrava o caminho, e assim o elefante ia espirrando e fungando. Por onde passava, conhecia novos bichos, novas árvores, novos frutos. Até que finalmente chegaram a uma grande floresta tropical. Sentiu as gotas da chuva sobre seu couro seco e enrugado, era uma sensação maravilhosa.
Esticou sua tromba para o céu até alcançar uma nuvem e sugou cada gotinha de chuva que pôde.  E com seu amigo passarinho como guia, percorreu todo o caminho de volta com muito cuidado. Foram muitos dias de viagem, mas o elefante estava empolgado e foi levando as gotinhas de chuva em sua tromba. Quando chegou até sua casa, lá estavam todos os bichos do deserto esperando ansiosos e curiosos para saber da tal chuva.
O elefante não se conteve de tanta emoção. Estava muito feliz de ter conhecido tudo o que viu e estava muito satisfeito de ter chegado a seu lar. A felicidade era tanta que cresceu uma vontade grande de espirrar e, antes que pudesse segurar, deu o maior espirro de sua vida:
- ATCHIIIIIIIIIIMMM!!!!! 
E toda água da chuva que trouxera com tanto cuidado fugiu disparado de sua tromba para bem alto, foi até o céu e caiu sobre toda a África como uma chuva em terras tropicais.
A bicharada logo sentiu a chuva cair e ficaram encantados. Fizeram festa e aproveitaram para se refrescar. Os passarinhos voavam e dançavam no céu. Os hipopótamos corriam para brincar nas poças de água. Os leões, pela primeira vez, ficaram de jubas murchas. As girafas, com aqueles pescoções longos, serviram de escorregadores para os macacos. Foi pura diversão, todo o deserto estava em festa com a chuva da tromba do elefante.
Dizem que foi assim que começou a chover no deserto, se é verdade ou apenas história de passarinhos amarelinhos, talvez nunca saberemos, mas uma coisa é certa: quando seguimos nossos sonhos, podemos realizar tudo, até fazer chover no deserto.

Fonte: Blog Coruja Garatuja

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A centopeia.


Quem foi que primeiro
teve a ideia
de contar um por um
os pés da centopeia?

Se uma pata você arranca
será que a bichinha manca?

E responda antes que eu esqueça
se existe o bicho de cem pés

será que existe algum de cem cabeças?


COLASANTI, Marina. 
Fonte: Cada bicho seu capricho.

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